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Reforma da Previdência tem de ser dura e rápida, diz secretário do governo

Reforma da Previdência tem de ser dura e rápida, diz secretário do governo
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O secretário de acompanhamento econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida, defendeu, na semana passada, que “o país tem que fazer uma reforma da Previdência dura e rápida". Novamente, um membro do governo repete o mantra segundo o qual o brasileiro estaria vivendo mais e que é preciso adiar a concessão da aposentadoria.

"As pessoas vivem mais do que viviam há 40 anos. Um regime em que uma pessoa pode se aposentar aos 50 ou 52 anos não acontece em lugar nenhum do mundo", disse Almeida.

Apesar de mirar os benefícios de aposentados e pensionistas, o governo não quer mexer no verdadeiro ralo das contas públicas, o pagamento de juros e amortizações da dívida, que representa quase metade do orçamento anual do país.

Enquanto a Previdência Social é o maior programa de distribuição de renda do país – com 33 milhões de benefícios –, o serviço da dívida atende apenas uma dúzia de banqueiros, que lucram aqui como em nenhum outro país do mundo.

Com a reforma da Previdência, Temer e sua equipe querem garantir mais ganhos aos banqueiros, já que, dificultando o acesso à aposentadoria pelo sistema público, incentivam os planos de previdência privada controlados pelos bancos.

Previdência movimenta economia
Dos 5.566 municípios brasileiros, em 3.875 (70%) o valor dos repasses aos aposentados e demais beneficiários da Previdência supera o repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Mais ainda, em 4.589, ou 82% do total, os pagamentos aos beneficiários do INSS superam a arrecadação municipal. Ou seja, é com o pagamento aos aposentados que a economia e o comércio dessas cidades giram.

Protesto
Na sexta-feira (16), foi realizada a manifestação “Fora Temer. Nenhum direito a menos”, no centro de São José dos Campos. Cerca de 200 pessoas participaram do protesto, que também atacou a proposta de reforma da Previdência preparada pelo Palácio do Planalto.

“Precisamos aumentar a mobilização para derrubar esse governo e as propostas de reformas que atacam direitos conquistados à custa de muita luta do nosso povo”, disse o presidente da Admap, Lauro da Silva.