Com sede em Genebra, na Suíça, a OIT deve se aprofundar na situação brasileira. Não está descartado, inclusive, que o país seja examinado por peritos internacionais.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o governo Michel Temer (MDB) tentou agir fortemente nos bastidores para evitar que o Brasil figurasse nessa lista suja. Mas a investida fracassou. Trata-se, portanto, de mais um constrangimento internacional passado por Temer.
Diversos ataques
A reforma trabalhista abriu precedentes para vários retrocessos, como trabalho de mulheres grávidas em locais insalubres, jornada intermitente (pagamento somente pelas horas trabalhadas), liberação de acordos individuais e negociações em condições inferiores à própria CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
Além disso, ao contrário do que diziam seus defensores, a nova lei tem sido responsável pelo aumento do desemprego no país.
Sindicato defende direitos
No ano passado, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e a CSP-Conlutas promoveram muitas mobilizações contra o desmonte da legislação trabalhista no país. "Na Greve Geral, ocorrida no dia 28 de abril de 2017, tivemos um papel de destaque contra essa aberração, que agora é denunciada em escala mundial", diz o secretário-geral do Sindicato Antônio Ferreira de Barros, o Macapá.
Na última Campanha Salarial, o Sindicato conseguiu "vacinar" a categoria contra a maioria dos abusos previstos na nova legislação, por meio da assinatura de convenções e acordos coletivos com salvaguardas aos direitos dos metalúrgicos.
"Em nossa categoria, a reforma trabalhista não entrou. Mas é preciso seguir mobilizados, porque os patrões vão insistir nesse retrocesso. É preciso pararmos o país, a exemplo do que fizeram os caminhoneiros, para revogarmos essa reforma perversa e a lei da terceirização irrestrita. Precisamos convocar uma Greve Geral", afirma o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.
Bolsonaro
Na semana passada, o pré-candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, defendeu redução ainda maior dos direitos dos empregados. Para ele, que votou a favor da reforma de Temer, as leis trabalhistas no Brasil deveriam "beirar a informalidade". Traduzindo: que não seja garantido quase nenhum direito ao trabalhador.
Outras figuras que devem explicações por votarem a favor da reforma trabalhista são os deputados federais da nossa região Eduardo Cury (PSDB) e Pollyana Gama (PPS). Com que cara esses "carrascos do povo" vão pedir votos na eleição de outubro?
Fonte: www.sindmetalsjc.org.br