Segundo o jornal, os participantes de um encontro na Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos imaginavam poder terceirizar funcionários da forma como quisessem, reduzir salários e driblar processos trabalhistas.
"Então quer dizer que ainda não vamos poder reduzir salários? Isso é a coisa mais anticapitalista que existe", reclamou Terry Boyland, da CPQI, empresa que presta serviços de tecnologia a bancos na América Latina.
De acordo com a Folha, muitos pensavam ser possível demitir e recontratar os mesmos funcionários de prestadoras de serviços, mas não gostaram de saber que a lei impõe uma quarentena de um ano e meio. Isso quer dizer que um empregado demitido só poderia voltar à mesma empresa como terceirizado depois de aguardar esse prazo.
"Esse é um ponto crítico que falhou", disse ao jornal Gustavo Salgado, do banco japonês Sumitomo Mitsui, que tem operações em São Paulo. "É uma questão muito sensível porque pode tornar nossas empresas mais competitivas."
Para esses abutres, competitividade significa a eliminação dos direitos dos trabalhadores.
Resposta na luta
A reforma abre caminho para várias flexibilizações de direitos, mas várias categorias vão partir para a mobilização para diminuir o estrago.
Atualmente, sindicatos e federações metalúrgicas de todo o país estão em luta para tentar barrar a implementação das mudanças na legislação trabalhista em suas bases. O movimento "Brasil Metalúrgico", inclusive, já prevê a realização de um Dia Nacional de Luta – com greves, paralisações e protestos – em 10 de novembro, véspera da entrada em vigor da reforma.
Em São José dos Campos, por exemplo, o Sindicato dos Metalúrgicos, ligado à CSP-Conlutas, tem conquistado a renovação de acordos coletivos, que funcionam como "vacina" contra a reforma.
"O caminho é a mobilização. Só assim poderemos defender os direitos que patrões e governos querem destruir a qualquer custo", avaliou o presidente da Admap, Lauro da Silva.
Com informações da Folha de S. Paulo