Oficialmente, a justificativa para a desistência é a intervenção militar no Rio de Janeiro, uma vez que esse tipo de ação do governo federal impede que o Congresso Nacional aprove alterações na Constituição – caso da reforma.
Mas a realidade é que a pressão popular funcionou e o Palácio do Planalto ficou muito longe de obter os 308 votos necessários para fazer passar o texto na Câmara dos Deputados. Desse modo, a tal intervenção no Rio acabou se tornando uma "saída honrosa" para tentar disfarçar a derrota de Temer e sua equipe.
Nesta segunda-feira, trabalhadores de várias partes do país protestaram contra a reforma da Previdência, em um dia nacional de luta convocado pelas centrais sindicais. Em São José dos Campos, houve passeata pelas principais ruas do Centro. Cerca de 400 pessoas participaram do protesto, inclusive, os aposentados e pensionistas associados à Admap.
A reforma da Previdência de Temer previa a imposição de uma idade mínima para aposentadoria de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres. Além disso, reduzia o valor dos benefícios e pensões.
"Certamente, a mobilização da classe trabalhadora foi muito importante para que a Câmara dos Deputados e o governo Temer recuassem. Essa decisão não veio de graça. De qualquer jeito, não podemos parar de lutar, pois o pacote de maldades deles é grande e vem mais surpresas por aí para tentar compensar a suspensão da reforma da Previdência", avaliou o presidente da Admap, Lauro da Silva.
"Pauta prioritária"
Depois de enterradas as mudanças na legislação previdenciária, o governo Temer apresentou uma "pauta prioritária", com vários ataques, incluindo a proposta de tornar o Banco Central independente e a privatização da Eletrobrás.
