A presidente Dilma Rousseff parece estar obcecada em fazer com que trabalhadores, aposentados e a camada mais pobre da população paguem o altíssimo preço da incompetência palaciana na condução do país durante os últimos anos. São ataques vindos de todos os lados: redução de direitos trabalhistas e previdenciários, pesado corte nos investimentos sociais e alta nos impostos e nas tarifas públicas.
Já os aposentados e pensionistas que ganham acima do piso foram presenteados com um reajuste de apenas 6,23%, abaixo da própria inflação oficial do país, calculada pelo IPCA em 6,41%. Algo profundamente lamentável, ainda mais hoje, Dia Nacional do Aposentado.
As medidas provisórias 664 e 665, editadas no dia 30 de dezembro, representam um duro ataque contra milhões de trabalhadores. Numa canetada, Dilma exclui milhões de brasileiros do benefício do seguro-desemprego, afetando, sem dúvida alguma, os mais pobres. O mesmo ocorre com a limitação do acesso ao PIS e ao auxílio-doença, que agora poderá ser “analisado” pelo departamento médico das empresas.
Outra injustiça refere-se ao ataque às pensões. Com a alteração na legislação, este direito da mulher – ou do homem – que perde seu cônjuge deixa de ser vitalício e pode ter o valor cortado pela metade em uma série de casos.
Enquanto isso, banqueiros, latifundiários e grandes empresários passam ilesos às investidas do governo.
Esta mini-reforma trabalhista e previdenciária de Dilma precisa ser combatida. Trata-se de uma aberração, ainda mais por ter sido imposta via medida provisória, num claro afronte à sociedade.
Mais do que nunca, precisamos nos unir – aposentados, pensionistas, trabalhadores da ativa, juventude – para exigir a revogação dessas medidas. Nossos próximos compromissos para combater estes ataques já estão marcados: dia 25, em Aparecida, e dia 28, em todo o país, no Dia Nacional de Lutas.
Lauro da Silva, presidente da Admap (Associação Democrática dos Aposentados e Pensionistas) do Vale do Paraíba
(Publicado na edição de hoje do jornal "O Vale")