A quantidade de pessoas que pode passar a se expor ao novo coronavírus foi calculada por análise da Fiocruz feita com base na Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2013), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Laboratório de Informação em Saúde (LIS) da Fiocruz.
São Paulo é o estado com o maior número absoluto de pessoas nesta situação, 2,1 milhões; seguido de Minas Gerais (1,0 milhão) e Rio de Janeiro (600 mil).
Pesquisadores analisaram dados da PNS 2013 sobre dois grupos populacionais que se encontram nos chamados grupos de risco da Covid-19: os adultos com idade entre 18 e 59 anos que têm diabetes, doença do coração ou doença do pulmão, e os idosos (com 60 ou mais anos). Em seguida, cruzou os dados para verificar quantos desses dois grupos residem em domicílio com pelo menos um menor entre 3 e 17 anos – ou seja, em idade escolar.
O resultado do estudo trouxe números preocupantes. Quase 3,9 milhões (1,8% da população do país) de adultos com idade entre 18 e 59 anos que têm diabetes, doença do coração ou doença do pulmão residem em domicílio com pelo menos um menor em idade escolar (entre 3 e 17 anos). Já a população idosa (60 anos e mais) que convive em seu domicílio com pelo menos um menor em idade escolar chega a quase 5,4 milhões de pessoas (2,6% da população).
De acordo com o estudo, o retorno da atividade escolar, que vem sendo anunciado de forma gradativa por vários estados e municípios, coloca os estudantes em situação potencial de transmitir a doença. Mesmo que escolas, colégios e universidades adotem as medidas de segurança, o transporte público e a falta de controle sobre o comportamento de adolescentes e crianças que andam sozinhos representam potenciais situações de contaminação por Covid-19 para esses estudantes.
Se forem contaminados, esses jovens poderão levar o vírus Sars-CoV-2 para dentro de casa e infectar parentes de todas as idades que tenham doenças crônicas e outras condições de vulnerabilidade à Covid-19, representando uma brecha perigosa no isolamento social que essas pessoas mantinham até agora.
Isso reforça a necessidade de que idosos e adultos com algum problema de saúde continuem mantendo o isolamento social, mesmo em relação a familiares próximos. É uma situação complicada, pois acaba afetando a saúde emocional dos envolvidos, mas, infelizmente, é a única alternativa possível para preservar vidas.
Com informações do jornal O Estado de S. Paulo.