Em cada grupo, os delegados presentes leram o texto preparado pela diretoria da Admap e propuseram alterações, que foram submetidas a votações. As mudanças que obtiveram um mínimo de 10% de adesão nos grupos serão discutidas no plenário, com a presença de todos os delegados, neste domingo (17).
Antes da divisão em grupos, uma mesa introduziu o tema, com a presença do presidente da Cobap (Confederação Brasileira dos Aposentados, Pensionistas e Idosos), Warley Martins, e o membro da CSP-Conlutas Vale do Paraíba Renato Bento Luiz, o Renatão.
Renatão convidou os presentes a participar das mobilizações do dia 29 de maio, quando será realizado um dia nacional de luta contra o projeto de lei das terceirizações e as medidas provisórias 664 e 665, que restringem o acesso de milhões de brasileiros a direitos como pensão por morte, auxílio-doença, seguro-desemprego e PIS.
O dirigente sindical também falou sobre o 2º Congresso da CSP-Conlutas, que acontecerá de 4 a 7 de junho, em Sumaré. "A resistência dos trabalhadores para defender seus direitos terá amplo destaque neste Congresso, em que todos vocês são convidados a participar", discursou Renatão.
O Congresso está sendo realizado nas dependências da Colônia de Férias do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, em Caraguatatuba.
Debates
O segundo dia do Congresso foi aberto com um debate sobre Dívida pública e Previdência, com Carmen Bressane, da organização Auditoria Cidadã da Dívida, e Joaninha de Oliveira, da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas.
Bressane expôs números que demonstram a sangria de recursos causada pelo serviço de uma dívida que representa um verdadeiro “ralo” nas contas do país. De acordo com os dados apresentados por Bressane (extraídos de organismos do próprio governo), o pagamento de juros e amortizações da dívida consumiu 45,11% do orçamento geral da união executado no ano passado. Os gastos com Previdência, maior programa de distribuição de renda do Brasil, representaram menos da metade: 21,76%.
“É justamente essa fatia [gastos com Previdência Social] que o governo quer atacar e reduzir, por meio de investidas contra os direitos de aposentados e pensionistas. Enquanto isso, o pagamento da dívida, que é o principal responsável pela escassez de recursos nas áreas sociais, não é sequer ameaçado. Por isso, defendemos uma auditoria completa nesta dívida”, expôs Bressane.
Joaninha falou sobre os sucessivos ataques contra a Previdência Social e seus beneficiários, desde o governo Fernando Collor, passando por Itamar, FHC, Lula e Dilma. A dirigente da CSP-Conlutas falou também sobre a falácia do “déficit” da Previdência, “fabricado” por manipulações contábeis justamente para servir de argumento a quem defende as medidas danosas impostas contra direitos históricos.
Após o almoço, foi feita uma discussão sobre a luta das mulheres contra o machismo e a opressão, com a presença da ativista do Movimento Mulheres em Luta Silvia Ferraro. O debate deveria acontecer no primeiro dia, mas você adiado devido a um problema na locomoção da militante.
Foto: Tanda Melo