Esse resultado é a diferença entre as contratações (14.635.899) e as demissões (14.656.731) registradas no ano de 2017. Só em dezembro, foram 328.539 demissões.
O desempenho no ano passado foi influenciado principalmente pelo fechamento líquido de 103.968 vagas na construção civil e de 19.900 na indústria da transformação. Ficaram no azul, comércio (+40.087), agropecuária (+37.004) e setor de serviços (+36.945).
Mulheres e trabalho intermitente
Ainda segundo dados do Caged, as mulheres trabalhadoras foram as mais atingidas. O número de demissão de mulheres superou o de contratações em 42.526 postos de trabalho.
Desde que a reforma trabalhista entrou em vigor, em novembro, o saldo de trabalhadores admitidos com contrato intermitente é de 5.641. Do total, 4.175 estão concentrados nos serviços, sendo as ocupações com maior saldo: assistente de vendas (3.903), servente de obras (114) e garçom (87).
Revogar a reforma trabalhista
O discurso do governo foi de tentar amenizar o resultado, alegando que os números mostram estabilidade e já refletem a melhora da economia do país, e que os resultados positivos com a reforma trabalhista virão em 2018. Uma grande mentira.
O fato é que nem bem a reforma entrou em vigor, as empresas começaram a aproveitar as brechas da nova lei, para aumentar a exploração e precarizar as condições de trabalho, com a contratação de intermitentes e ataques para reduzir direitos nas campanhas salariais das categorias.
Os dados comprovam o que o movimento sindical combativo, juristas e pesquisadores alertavam desde o início: a reforma trabalhista irá aumentar o desemprego e o trabalho precário. Basta ver alguns exemplos, como as demissões em massa em universidades privadas, como a Estácio, ou ainda decisões de juízes trabalhistas com base na reforma, que condenaram trabalhadores a pagar as custas de processos em decisões absurdas, também confirmam o potencial nefasto da nova lei.
A CSP-Conlutas defende que, junto com a luta para impedir a reforma da Previdência, é preciso mobilizar pela revogação da reforma trabalhista.
Fonte: CSP-Conlutas