Ataque à Previdência

Corte de 41% do orçamento do INSS mostra como Bolsonaro governa atacando os aposentados

Corte de 41% do orçamento do INSS mostra como Bolsonaro governa atacando os aposentados
Notícias

Em pleno Dia Nacional do Aposentado, no último 24 de janeiro, o governo Bolsonaro divulgou o corte de R$ 988 milhões nas despesas do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). O veto presidencial no Orçamento 2022 representa 41% dos R$ 2,4 bilhões aprovados pelo Congresso Nacional.

A tesourada vai na contramão das necessidades do INSS, que acumulava, até o final do ano passado, quase 2 milhões de pedidos de benefícios parados, como como aposentadorias, abono salarial, seguro-desemprego e Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, técnicos alertam que agências podem suspender os serviços por falta de dinheiro.

O relator-geral do Orçamento de 2022, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), afirmou que o corte prejudicará o atendimento à população e impedirá o fim da fila na análise e concessão de benefícios. “Não imaginei que [Bolsonaro] fosse tirar mais de R$ 900 milhões do INSS. Estamos com carência de servidores até para organizar o sistema previdenciário”, disse.

Enquanto corta dinheiro dos aposentados, o governo Bolsonaro assegurou mais de R$ 16 bilhões para as emendas de relator, que beneficiam seus aliados políticos. A distribuição dos recursos ocorre sem critérios mínimos de transparência, cabendo a um grupo de parlamentares alinhados aos interesses do Planalto definir como e onde bilhões de reais devem ser aplicados. Em outras palavras, é a velha estratégia do toma lá, dá cá. 

"Bolsonaro só engana os fanáticos do cercadinho. Seu governo é um desastre para os trabalhadores, aposentados e pensionistas. Governa apenas para os mais ricos e deixa a população sofrendo com desemprego, inflação, alta de tarifas públicas e um completo caos administrativo", afirmou o presidente da Admap, Lauro da Silva.

Mais cortes
Ao sancionar o Orçamento deste ano, Bolsonaro também promoveu cortes em outras áreas, como educação, saúde e meio ambiente. Foram vetados valores que iriam, por exemplo, para a educação básica e para apoio, reestruturação e modernização das instituições federais de ensino superior; hospitais universitários; combate ao desmatamento; regularização de terras indígenas e proteção aos direitos desses povos; combate à violência contra a mulher; políticas de direitos humanos, entre outros.