Central sindical e popular a qual a Admap é filiada, a CSP-Conlutas publicou uma nota oficial sobre o posicionamento em relação à eleição em segundo turno no Brasil. Confira:
Nota da CSP-Conlutas sobre o segundo turno
No 2º turno da eleição presidencial, que ocorrerá em 30 de outubro próximo, a CSP-Conlutas defende o voto crítico em Lula para derrotar Bolsonaro.
Bolsonaro reivindica a ditadura militar, defende um projeto autoritário e ameaça as liberdades democráticas. Seguir no controle do aparelho de Estado facilita seu projeto autoritário.
Desde o início levantamos a bandeira pelo “Fora Bolsonaro e Mourão”, lutando nas ruas pela imediata derrubada desse governo. Bolsonaro genocida é responsável pelos quase 700 mil mortos na pandemia. É responsável também pelo desemprego, fome, carestia e miséria, que atingem níveis alarmantes.
O meio ambiente continua sendo destruído pelo agronegócio, pelas madeireiras e mineradoras, e pela grilagem de terras, sob a proteção e incentivo de Bolsonaro. Enquanto isso, avançam no assassinato dos povos indígenas, na perseguição de ativistas e pesquisadores e no desmonte de órgãos públicos de proteção ambiental.
Bolsonaro atacou os serviços públicos, a educação e a saúde, e prepara uma onda de despejos para desgraça de quem não tem onde morar, privatizou diversas estatais em um processo imoral de venda e preço, e ameaça ainda as liberdades democráticas, o direito de organização e expressão da classe trabalhadora.
Embora seja necessário derrotar Bolsonaro nas eleições, e faremos campanha ao lado dos trabalhadores para isso, a derrota da ultradireita na verdade só será possível por meio da mobilização independente da nossa classe e da organização da autodefesa.
Defendemos o voto crítico em Lula, e não apoiamos o projeto capitalista, social-liberal e de conciliação de classes do PT, expresso na chapa Lula-Alckmin, de amplas alianças com o capital.
Eleger Lula e derrotar Bolsonaro eleitoralmente sem depositar confiança no novo governo. Ao contrário, fazer avançar pela base a luta e a organização independente da classe trabalhadora para, por meio da mobilização, exigir emprego, salário, terra, moradia e direitos.
Devemos exigir a revogação imediata das reformas trabalhista e previdenciária. Devemos exigir a redução da jornada de trabalho sem redução do salário, a garantia de pleno emprego com direitos e carteira para todos (incluindo trabalhadores de aplicativos), o aumento geral de salários frente à carestia.
Devemos exigir a Petrobras 100% estatal, sob controle dos trabalhadores, e a reestatização de empresas privatizadas, como Vale, CSN, Embraer e outras. Para garantir a soberania, é preciso parar a entrega do país e também defender o meio ambiente.
É preciso lutar pelo arquivamento da PEC-32, que se trata de uma verdadeira reforma do Estado visando entregar os serviços de saúde e educação, dentre outros, para os interesses privados.
É preciso exigir ainda a demarcação das terras indígenas contra o marco temporal e a reforma agrária e a agricultura familiar contra o agronegócio. Por educação, saúde, moradia e serviços públicos de qualidade, precisamos acabar com a Lei de Responsabilidade Fiscal, substituindo-a por uma Lei de Responsabilidade Social, suspendendo o pagamento da dívida aos banqueiros e pelo não pagamento da dívida pública.
São Paulo, 7 de outubro de 2022
Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas