Um dos períodos mais sombrios da história do Brasil será tema de discussão, no dia em que o golpe militar completa 59 anos. O debate “A ditadura militar no chão de fábrica” vai acontecer no dia 31 de março, às 18h, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região.
A atividade é organizada pelo Sindicato, em parceria com a Admap.
Estará em discussão a atuação dos órgãos de repressão na perseguição a dirigentes sindicais e trabalhadores e a conivência dos patrões durante o regime militar (1964 – 1985). Três debatedores irão relatar casos de violação aos direitos humanos e as respostas jurídicas obtidas com a derrubada do regime militar.
A procuradora federal e ex-presidente da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos, Eugênia Gonzaga, será uma das debatedoras. Sob sua gestão, alguns dos mortos pelos militares foram reconhecidos como tal e deixaram de ser considerados "desaparecidos". Eugênia Gonzaga foi destituída da comissão pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
A Conselheira da Comissão de Anistia e advogada Rita Sipahi vai abordar a retomada dos julgamentos dos perseguidos políticos. No governo militar, Rita foi encarcerada na chamada Torre das Donzelas do Presídio Tiradentes. Entre suas companheiras de cela estava a ex-presidente Dilma Rousseff.
O debate também terá a participação do advogado argentino Pablo Gustavo Llonto, colaborador no processo que levou à condenação dos executivos da Ford. Hoje está à frente de ações judiciais contra a Mercedes-Benz. No debate, vai falar sobre processos contra empresas envolvidas em casos de desaparecimentos e assassinatos de trabalhadores, durante a ditadura militar na Argentina.
As histórias de perseguição aos metalúrgicos da região também serão contadas, durante o debate. Documentos oficiais mostram o monitoramento das atividades sindicais em fábricas como Embraer, General Motors, Avibras e Engesa.
Muitos desses perseguidos são hoje associados da Admap.
Com informações de www.sindmetalsjc.org.br