Neste 1º de outubro, Dia Internacional da Pessoa Idosa, é fundamental refletir sobre a realidade da população idosa no Brasil. Com uma expectativa de vida que ultrapassa os 76 anos, segundo dados do IBGE, o país enfrenta um desafio crescente: como garantir dignidade e qualidade de vida para uma parcela da população que continua a crescer rapidamente.

Atualmente, cerca de 29 milhões de brasileiros têm 60 anos ou mais, e esse número deve aumentar nas próximas décadas, segundo projeções do próprio IBGE. 

Apesar dessa realidade, a atuação dos governos e as políticas públicas por eles desenvolvidas ainda estão muito aquém das necessidades desse grupo. Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que, globalmente, 80% das pessoas idosas vivem em países em desenvolvimento, e o Brasil não é exceção, enfrentando sérios problemas de infraestrutura e serviços adequados.

O Estatuto do Idoso, promulgado em 2003, é um avanço significativo, mas a sua implementação ainda apresenta lacunas. Muitos idosos continuam a enfrentar discriminação, isolamento social e dificuldades de acesso a serviços essenciais como saúde e assistência social.

De acordo com o último Censo Demográfico, cerca de 5,2 milhões de idosos vivem em situação de vulnerabilidade social, e 28% dessa população não possui acesso regular à saúde. Esses números são alarmantes e exigem ação imediata.

A falta de políticas públicas efetivas resulta em consequências diretas: muitos idosos dependem de seus familiares para cuidados básicos, o que pode gerar sobrecarga emocional e financeira para esses cuidadores. Além disso, a aposentadoria inadequada, achatada pelos governos que se revezam no poder, e a falta de inclusão no mercado de trabalho agravam a situação de pobreza e exclusão social.

Essa questão foi discutida com profundidade no 5º Congresso da Admap (Associação Democrática dos Aposentados e Pensionistas), realizado em agosto. Os aposentados e pensionistas presentes no encontro debateram a necessidade de lutar para garantir os direitos da pessoa idosa no país e em nossa região.

"Uma das reivindicações discutidas pelos participantes do Congresso foi a implantação de um Hospital Geriátrico em São José dos Campos, uma necessidade urgente para uma cidade do porte da nossa", conta Josias de Oliveira Melo, presidente da Admap.

"Vamos continuar nossa batalha para dar visibilidade às demandas dos idosos e idosas e exigir mais investimentos do poder público para esta parcela da população tão necessitada", acrescentou.