Milhares de manifestantes tomaram às ruas, em todo o país, na quinta-feira (11), em um grito contra as ameaças golpistas de Jair Bolsonaro. Organizados pela Campanha Fora Bolsonaro, mobilizações em 23 estados defenderam as liberdades democráticas, além de denunciarem a violência, o desemprego e a fome que acometem os brasileiros.
O dia, que começou com a leitura da Carta às brasileiras e brasileiros, também sediou atos nas principais cidades. Nas faixas e cartazes uma palavra de ordem era predominante: Golpe, não! A mensagem é uma resposta direta aos ímpetos autoritários do presidente.
Nas últimas semanas, o desespero de Bolsonaro em relação ao risco de derrota nas eleições presidenciais ficou ainda mais evidente. Temendo ser preso por seus crimes, o ex-capitão do Exército elevou o tom das ameaças golpistas. Assim como no ano passado, o dia 7 de setembro neste ano deve contar com o apoio do presidente nas manifestações pelo fechamento do regime.
No entanto, com a união das centrais sindicais, partidos políticos, movimentos sociais, da juventude, de mulheres, negros/as e LGBTI+ ficou claro que a resposta daqueles que defendem as liberdades democráticas será ainda maior. Por isso, a CSP-Conlutas defendeu a importância da classe trabalhadora permanecer nas ruas em defesa de seus direitos.
“Nós estamos juntos com todos aqueles que estão nas ruas para derrotar as manifestações golpistas desse governo genocida, que já matou cerca de 700 mil trabalhadores e trabalhadoras na pandemia”, afirmou o dirigente licenciado da CSP-Conlutas, Luiz Carlos Prates, o Mancha, no carro de som da manifestação na Av. Paulista, em São Paulo.
“Nesta luta, os trabalhadores devem ter sua própria autonomia. Não podemos entregar a bandeira da democracia a esses liberais e empresários que apoiaram o golpe militar, em 1964. O Estado de Direito atual não atende às nossas necessidades. Devemos lutar por uma sociedade socialista”, concluiu Mancha.
A CSP-Conlutas engrossou as fileiras do ato na capital paulista com o carro de som “pipoqueira democrática”. O microfone aberto a quem quisesse deixar seu recado contra o governo foi novamente um sucesso, com a participação de estudantes, ativistas sindicais e representantes da luta por moradia e contra as opressões.
Os aposentados e pensionistas da Admap também participaram desta manifestação.
O ato em frente ao MASP teve início às 17h e fechou uma das faixas da principal avenida de São Paulo. Após a concentração, os manifestantes saíram em passeata, percorrendo os quarteirões da via na direção da Rua Consolação. Apesar do frio e da chuva, o encerramento ocorreu apenas por volta das 20h.
Atos pelo país
Também ocorreram atos de destaque na região Nordeste. Em Fortaleza (CE), antes do ato público no centro da cidade, a CSP-Conlutas esteve em assembleias nos canteiros de obra da construção civil.
Em Teresina (PI), o Sindserm e servidores fizeram parte do dia de luta. Na capital piauiense, os trabalhadores em Educação realizam uma greve que já dura 189 dias. Eles também protestaram pelo cumprimento da Lei do Piso e o reajuste salarial de 33,23% linear.
Já em Salvador (BA), as ruas do centro foram ocupadas por manifestantes que marcharam da Praça do Campo Grande até a Praça Castro Alves com faixas e cartazes em defesa das liberdades democráticas.
Além de São Paulo, a Região Sudeste sediou atos em Vitória (ES), Belo Horizonte (MG) e no Rio de Janeiro (RJ), onde os manifestantes se concentraram na Candelária. A chuva persistente não desanimou a população que foi a luta para barrar o autoritarismo de Bolsonaro.
Brasília (DF) e Porto Alegre (RS) também realizaram grandes atos. Na capital federal, o protesto ocorreu em frente à Biblioteca Nacional, já na capital gaúcha, os manifestantes se reuniram em frente ao Colégio Estadual Júlio de Castilhos e seguiram em marcha até o Campus Centro da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Novo dia de luta
Os episódios cada vez mais frequentes de violência política, bem como a crise econômica e social que assola os brasileiros, são os principais motivos que justificam a permanência da classe trabalhadora nas ruas pela derrubada do governo Bolsonaro.
A CSP-Conlutas defende a continuidade da Campanha Fora Bolsonaro e vê como fundamental a manutenção dos atos. O próximo dia de luta nacional ocorrerá em 10 de setembro e é fundamental a participação de todos.
Foto: Roosevelt Cássio/SindmetalSJC