O governo Lula, por meio do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), anunciou nesta quarta-feira (5), a ampliação do prazo para quitação do empréstimo consignado de aposentados e pensionistas de 84 para 96 meses. A medida também engloba as pessoas atendidas com o BPC (Benefício de Prestação Continuada).
Em janeiro, o Palácio do Planalto já havia aumentado o limite de juros cobrados pelos bancos, de 1,66% para 1,8% ao mês.
O governo justifica a decisão de aumentar o prazo do consignado como uma forma de dar respiro no orçamento dos beneficiários do INSS. “Queremos aliviar um pouco o peso da prestação para ficar mais suave”, afirmou o ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT).
Apesar de parecer uma medida bem-vinda, o governo mais uma vez privilegia os banqueiros, já que aposentados, pensionistas e usuários do BPC poderão ficar ainda mais tempo “amarrados” a esta modalidade de empréstimo que oferece “risco zero” aos bancos. Com o empréstimo consignado, as parcelas são descontadas diretamente nas folhas de pagamento dos benefícios. E isso vem na esteira da elevação dos juros cobrados mensalmente (agora, em até 1,8% ao mês).
A Admap sempre alerta seus associados do risco do empréstimo consignado. Mesmo oferecendo “risco zero” aos banqueiros, ele pode comprometer a renda do aposentado ou pensionista num momento de necessidade, uma vez que o desconto será feito de qualquer forma.
“Ao invés de oferecer empréstimo consignado, o governo Lula deveria reajustar todas as aposentadorias e as pensões acima da inflação. Isso sim poderia nos ajudar, pois acumulamos décadas de perdas. Mas o que estamos vendo, infelizmente, é um movimento contrário, que inclui até corte nos reajuste do salário mínimo, que serve de referência para quem recebe o piso”, afirmou o presidente da Admap, Josias de Oliveira Melo.
“Não resta outra alternativa. Junto com os trabalhadores da ativa, os aposentados e pensionistas precisam se organizar e protestar”, acrescentou.