Mobilização

Governo tenta manobra, mas greve no INSS segue forte

Governo tenta manobra, mas greve no INSS segue forte
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Os servidores do INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) denunciam um novo golpe do governo Lula para tentar por fim à greve que já dura 49 dias: uma entidade ligada ao Planalto assinou um acordo sem submetê-lo à categoria.

Por isso, a realidade é que a greve continua em todo o país e a Fenasps convoca todos os sindicatos filiados a fortalecerem a mobilização. A semana do dia 9 a 13 será de luta, com manifestações nos estados e em Brasília.

Após audiência com o ministro da Previdência, Carlos Lupi, no último dia 28, a CNTSS/CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social) assinou um acordo com o Ministério da Gestão e Inovação sem a aprovação dos servidores.

Tal manobra também ocorreu durante a greve dos servidores em Educação, quando a entidade chapa branca Proifes, assinou um acordo à revelia dos trabalhadores e do sindicato ANDES-SN.

“Na última plenária da Fenasps, realizada em 21 de agosto, a categoria deliberou manter e ampliar a greve. Não houve, após esse período, formalização de nova proposta que atenda às pautas da categoria”, informou a federação em nota.

O que torna a manobra ainda mais vergonhosa é a CNTSS/CUT assinar um documento sem ao menos que este tivesse propostas formalizadas pelo INSS e conhecidas amplamente pela categoria em greve.

“Assinaram um acordo que nem estava pronto. Fizeram um papel vergonhoso de não conversar com a categoria. Não foi feita uma proposta concreta e ainda assim assinaram o acordo no escuro”, alerta Rodrigo Bonfin, diretor do Sinsprev-SP e da Fenasps.

Em nota, a Fenasps ainda afirmou que não reconhece acordos assinados por entidades ou setores em nome da categoria sem a aprovação devida nos fóruns estaduais e Nacional.

A entidade ainda reitera as demandas a seguir:

a) Cumprimento do Acordo de Greve de 2022;

b) Incorporação da GDASS ao Vencimento Básico;

c) Carreira Típica de Estado;

d) Alteração de ingresso de Técnico do Seguro Social para nível superior;

e) Revogação das IN’s do MGI, nº 24/2023, 52/2023 e 21/2024;

f) Condições de trabalho e reestruturação dos processos de trabalho para todos os servidores da Carreira do Seguro Social, independente da modalidade de trabalho;

g) Jornada de 30 (trinta) horas de trabalho para todos e cumprimento das jornadas estabelecidas em lei (assistente social, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, psicólogo, dentre outros);

h) Reconstrução dos serviços previdenciários (Serviço Social e Reabilitação Profissional), diante do desmonte realizado nos últimos anos.

i) Fim do assédio moral institucional;

j) Adicional de Qualificação (AQ);

k) Que a greve de 2022 seja considerada compensada.

Governo ataca serviços públicos
A intransigência do governo federal em negociar com a categoria penaliza a população que já sente os efeitos da falta de investimentos na qualidade do serviço. Uma das demandas principais é a realização de concursos para a contratação de mais funcionários.

Além disso, Para a equipe de Lula, os servidores do INSS não devem ter o reajuste salarial neste ano, mas apenas a partir de 2025. A este fato soma-se a extinção de gratificações e o aumento de níveis no plano de carreira, além da redução do salário inicial.

Não ao Arcabouço Fiscal
É certo que o governo arrecada quantia mais do que suficiente para atender as demandas dos servidores que visam valorizar a carreira pública, no entanto a equipe de Lula tomou a decisão política de priorizar o pagamento da dívida pública.

Com o nome de Arcabouço Fiscal, a medida econômica em vigor, retira investimentos do serviço público, impedindo a melhoria das condições de vida dos servidores e do trabalho oferecido à população.

É preciso dar um basta nesse cenário e para isso é fundamental que as demais centrais sindicais abandonem a conciliação com o governo e comecem de fato a trabalhar defendendo o que é importante ao trabalhador. 

Fonte: CSP-Conlutas