O salário mínimo, estipulado em R$ 1.212 para este ano, não repõe a inflação de 2021. Isso ocorre porque o reajuste do piso salarial nacional, de 10,02%, ficou abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que registrou alta de 10,16% no ano passado. Os dados relativos à inflação foram divulgados nesta terça-feira (11).

O salário mínimo é utilizado como piso das aposentadorias e pensões do INSS.

Neste contexto, o salário mínimo deveria subir a R$ 1.229 para repor a inflação, como determina a Constituição.

No entanto, este é o segundo ano consecutivo que o aumento do piso do salário mínimo fica aquém da inflação acumulada anualmente. Isso ocorreu porque o governo incorporou, neste ano, R$ 1,62 referente à inflação de 2020 que não havia sido incluída no reajuste de 2021 – a Lei permite deixar a diferença ao próximo ano.

Para os aposentados e pensionistas que ganham mais de um salário mínimo o reajuste nos benefícios deverá seguir o INPC (10,16%).

Para o vice-presidente da Admap, Josias Oliveira Melo, ninguém pode se iludir com o reajuste que será concedido este ano, porque é apenas a reposição do que já perdemos.

"Muitos podem ter a impressão de que o reajuste, em torno de 10%, é mais significativo do que os concedidos em outros anos. Mas isso é apenas uma falsa percepção, uma vez que ele repõe apenas aquilo que já perdemos com a inflação descontrolada que estamos enfrentando em nosso país", afirmou Josias.

"A nossa luta pela recomposição das perdas acumuladas em nossos benefícios continua", acrescentou.