O dia 8 de janeiro de 2023 entra para a história como data do maior atentado às instituições democráticas brasileiras, pelo menos, desde a redemocratização do país, em 1988.
Centenas de apoiadores de Jair Bolsonaro, candidato à reeleição derrotado, tomaram a Praça dos Três Poderes, em Brasília, e, na base do terror, invadiram, vandalizaram e depredaram as sedes do Executivo, Legislativo e Judiciário.
A destruição do patrimônio público ainda está sendo apurada, mas os prejuízos são incalculáveis, pois, além do rastro de destruição em vidros, móveis e carpetes, até obras de arte raras foram atacadas.
As ações golpistas, que contaram com a complacência da polícia militar do Distrito Federal, das Forças Armadas e de outros agentes públicos, tinham o objetivo de, mais uma vez, contestar o resultado da eleição de outubro, que deu a vitória a Luiz Inácio Lula da Silva.
É bom lembrar como os órgãos de segurança pública costumam tratar as mobilizações da classe trabalhadora em defesa de seus direitos. Ao contrário da escolta que os terroristas bolsonaristas tiveram para chegar aos alvos de seus ataques, trabalhadores, aposentados e gente pobre são recebidos a balas, bombas e gás lacrimogêneo.
Bolsonaro, que fugiu para os Estados Unidos antes do fim do seu governo (e nem se quer se dignou a cumprir o rito democrático de entregar a faixa presidencial a seu sucessor), é o autor intelectual do terrorismo golpistas assistido em Brasília neste domingo. Foi ele quem, no mais alto cargo da República, estimulou criminosamente a seus apoiadores uma desconfiança infundada na lisura do processo eleitoral. Como líder de uma seita, incentivou um radicalismo doentio e contrário aos preceitos constituição. Fez tudo isso agindo por interesses próprios, em sua sanha de permanecer no poder a qualquer custo.
Por tudo isso, Bolsonaro precisa ser exemplarmente responsabilizado, bem como os seus apoiadores radicais. A decretação da prisão do ex-presidente é imperativo para manutenção dos pilares da democracia.
Ao mesmo tempo, é preciso organizar a resistência e a autodefesa dos trabalhadores contra essas ameaças golpistas. Ditadura, nunca mais!